domingo, 30 de setembro de 2012

ARTIGO - Um carnaval que não se vê na TV






Por Yaskara Donizeti Manzini 

 UNICAMP/IA/PPGA






A pessoa leiga quando se refere ao sambista, quase que automaticamente pensa cenas de um  desfile  de  escola  de  samba.  Se  procurar  num  dicionário o  significado  de  Sambista encontrará: “1. que ou aquele que samba, que é exímio dançarino de samba, sambeiro; 2.compositor de sambas; 3. que ou aquele que tem atividades ligadas a escolas de samba; integrante ou freqüentador de escolas de samba” , mas ouso responder que é mais: é possuir raízes, história, ancestrais, ter Pavilhão.

As  raízes  do  samba  são  enxertadas  por  múltiplas informações  que  se  recriam.  A referência à raiz tem haver com o senso de memória épica da diáspora africana, quando reportamos  ou  saudamos  nossos  ancestrais,  os  atualizamos,  trazendo-os  à  vida  através  da memória. Não são exemplos a serem apenas seguidos, mas suas experiências guiam as novas gerações  sugerindo  possibilidades  de  (re)criações  por  parte  destas.  A  memória  épica  esta extremamente ligada à tradição oral e preparação do performer da comissão de frente.

O Pavilhão de maneira concreta é a bandeira que a escola ostenta, seu símbolo. Todo pavilhão possui medida padrão, deve constar o nome, o símbolo, a data da fundação e ser bordado nas cores da escola. Representa o âmago da escola, sua história, é transcendente e imanente  simultaneamente.  Transcendente  porque  passamos,  morremos,  e  ele  continua ostentado, quiçá, até a o último sambista expirar, mas imanente porque é a própria identidade da escola, nada acontece sem ser por e para ele, impregna e contamina o cotidiano vivido, é o sambista, o elemento de coesão e catalisador das pessoas que freqüentam a escola de samba. Há um samba alusivo da A.C.S. Escola de Samba Mocidade Camisa Verde e Branco, que entoa:

“Esse é o meu pavilhão!
É a minha vida, é o meu manto!
Pois neste coração, pulsa só Camisa Verde e Branco.
A força do sangue que corre em minhas veias,
Faz a minha vida florescer... 
Foi lá, que eu aprendi a ser poeta, 
Ter malandragem discreta, este é o meu jeito de ser...”

É na ligação com o Pavilhão que reconheço as origens da Comissão de Frente - apesar do nome comissão de frente ser importado do carnaval carioca, e só ter aparecido enquanto quesito de julgamento em 1968, na Paulicéia.

Na época do desfile dos cordões, um Baliza abria o cortejo, usando seu bastão para vários malabarismos, mas também para defesa do Pavilhão, com o crescimento do número de cordões e aparecimento das primeiras escolas de samba na Paulicéia, outros personagens foram incorporados ao desfile, os Batedores ou  Bastedores, que vinham em corredor ao lado do Pavilhão, com pedaços de pau em forma de lança, para defender o pavilhão nos embates (Von Simson, 2007). Por que citei os desfiles da primeira metade do século XX?

Suponho que um dos elementos que constitui a escolha do performer ou componente da ala Comissão de Frente, para a Camisa Verde e Branco tem haver com estes personagens singulares dos desfiles de outrora.

Quando entrei na Camisa Verde e Branco, como coreógrafa, a ala Comissão de Frente era formada por homens, negros, fortes e altos, e, com o conflito pela mudança de coreógrafa e consequentemente  na forma  de  trabalho  dos  componentes  para  o  carnaval,  houve  um esvaziamento no grupo. Porém, a Diretoria da Escola deixou bem nítido para mim que trouxesse ou convidasse rapazes para a ala, desde que fossem altos, fortes e preferencialmente negros. Desde 2001, a altura mínima exigida para fazer os testes para compor a ala é de 1,80m., portanto, diferente do teatro ou da dança, existe um padrão físico para compor a ala.

Outra  característica  peculiar  é  que  os  componentes   fazem  parte  da  comunidade, diferente de outras escolas de samba, a Camisa Verde e Branco, prefere construir seu grupo a contratar artistas profissionais para se apresentarem nesta ala. O componente da ala tem de ter tempo  disponível  não  somente  para  dedicar-se  aos  ensaios  que  antecedem  o  desfile,  mas participar do cotidiano da escola em eventos, comemorações e festas durante o ano.

A Comissão de Frente não possui desempenho apenas na avenida, mas existem outros desempenhos dentro de quadra, portanto performances sociais e artísticas, que se entrelaçam. Ambas exigem um distanciamento de si mesmo e a consciência de se estar “representando um papel”, porém nas performances artísticas também é exigido um alto grau de destreza corporal.

As performances sociais acontecem nos ritos de quadra e festas das escolas de samba, a Comissão  de  Frente,  nestas  ocasiões,  deve  guardar  o Pavilhão  da  Escola,  bem  como  os Pavilhões das escolas co-irmãs, recepcionando-os, escoltando-os em sua chegada a quadra, ou seja, preservam, de maneira atualizada, o papel de guardiões do Pavilhão, tal qual o Baliza e os Batedores do passado.

O repertório gestual dos performers, nestas apresentações, não é preparado previamente, somente  os  deslocamentos  no  espaço,  cabendo  a  cada   integrante  criar  e  estabelecer  seu repertório de movimentos, respeitando as convenções, mas não há uma preparação corporal, enquanto treinamento de ações físicas. A preparação dá-se no cotidiano com os “mais velhos”do samba, nas barracas, quando se bebe cerveja e ouvem-se histórias de outros carnavais, das raízes do samba, é deste aprendizado que (re)criam-se gestos e comportamentos, a partir da memória de bambas.

É no conhecimento transmitido de boca a orelha, no experienciado pelas e com as gerações anteriores, que se dá uma grande parte da preparação do performer da comissão de frente, são nestes momentos que a perspectiva puramente estética da ala no desfile se desfaz, refaz e toma outro sentido para o performer e também para a comunidade. Dois depoimentos de componentes refletem esta observação:

“Ser Comissão de Frente pra mim não se resume apenas ao carnaval, é algo que mudou minha vida, não apenas entrei num grupo, entrei numa nova família, uma família que defende com unhas e dentes seu bem maior, que é o nosso Pavilhão”. 
         Ednilson N. Martiniano (componente desde 2005)

“Dentro  da  comissão  pude  ter  acesso  a  toda  a  história  da  Camisa  Verde,  seus baluartes, suas figuras históricas, sua tradição e principalmente a sua cultura [...] Esforçamonos para sermos muito mais do que meros corpos para apresentação, mas também cabeças pensantes e conscientes sobre a diáspora negra”.
 Pérsio B. J. Silveira (componente desde 2001)

As preparações para  performances artísticas normalmente começam no fim do ano, depois das definições do enredo, samba enredo e fantasia que a ala vai usar.

Dois momentos permeiam o processo de criação e ensaios das performances artísticas, o primeiro é mais intimista, privado, compreende desde exercícios físicos para fortalecimento de partes  específicas  do  corpo,  exercícios  de  resistência  aeróbica  (a  comissão  atua  e  canta simultaneamente),  dança,  jogos  teatrais  e  improvisações,  até  a  amarração  de  cenas  ou coreografia a ser apresentada; e o segundo tem haver com fatores técnicos do desfile: tempo e espaço, nosso segundo espaço de ensaio é a rua.

Ensaiar na rua é uma experiência singular, apesar do propósito ser a medição do tempo e  distância que o grupo deve percorrer, o grupo interfere no cotidiano de espaços públicos, e os performers ficam expostos a atropelamentos, xingamentos ou aplausos dos moradores da rua na qual ocorre o ensaio, abordagem de bêbados, inclusive batida policial, por exemplo. Durante o ensaio, o  performer tem de estar oscilando entre seu corpo cotidiano e o artístico. A rua é concretamente um topos de turbulência, de recolhimento e expansão corporal simultaneamente, de territorialização, desterritorialização e reterritorialização do corpo, seus movimentos e do espaço (corporal e físico). Tais oscilações tornam as repetições nas evoluções únicas e diáfanas, mas é no perigo, no risco destes ensaios, que movimentos emergem e são ou não assimilados e
compartilhados pelo grupo. Quando o trabalho da comissão tende a teatralização, as descobertas são assimiladas para aquele personagem específico, quando o trabalho tende a formalização é experimentado na partitura coreográfica.

As preparações para as performances, comportam também ações cotidianas: churrascos, jogos de futebol, mesas de bares e discussões diversas. São nestas reuniões que cada performer vai conhecendo e reconhecendo no companheiro de ala micro-movimentos sígnicos, clichês corpóreos cotidianos, o modo de estar no mundo do outro.

É  no  emaranhado  da  vivência  cotidiana,  do  comportamento  restaurado  através  da memória  de  bambas,  dos  ensaios,  das  relações  de  estranhamento,  discussão,  aceitação  e convivência com as singularidades de cada um, que o performer virtualiza, percebe, sente, cria, recria e se potencializa enquanto Comissão de Frente, finalizando o ciclo carnavalesco com a apresentação de seu trabalho, na passarela do samba, atingindo o público que absorve esta força e a transborda em gritos, aplausos e lágrimas.

Bibliografia:
ASANTE, Kariamu Welsh – Commonalities in African Dance: an Aesthetic Foundation. In ASANTE, Molefi Keti & ASANTE, Kariamu Welsh – African Culture: the Rhythms of Unity.
Trenton: Africa World Press, 1996.

CARLSON, Marvin – Performance: a critical introduction. London and New York: Routledge, 1999

VON  SIMSON,  Olga  R.  de  Moraes  –  Carnaval  em  Branco  e Negro. Carnaval  Popular Paulistano: 1914-1988. Campinas: Editora UNICAMP; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo / Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2007. 389p

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

COREÓGRAFOS - David Lima - Sereno de Campo Grande


Em 2013, a SÉRIE OURO fará sua estréia na sexta e sábado de carnaval reunindo as 19 escolas dos antigos grupos de Acesso A e B do Rio de Janeiro. Novidade que, entre outras coisas, irá aumentar a disputa entre as co-irmãs e revelar novos talentos no comando das comissões de frente, já que o  antigo Grupo B, não tinha tanta visibilidade nos meios de comunicação. Porém, um coreógrafo fez a sua estréia na Sereno de Campo Grande, fincou raízes e de lá nunca saiu, vivendo a cada ano um verdadeiro caso de amor e dedicação com a escola da Zona Oeste.

Colecionador de prêmios e admiradores, David Lima bateu um papo conosco, revelando um pouquinho da emoção que é estar no comando da comissão de frente e as expectativas para o próximo ano.



CF - Como surgiu este amor pela comissão de frente?

"Olha eu comecei bem cedo com o carnaval, na ala das crianças da Acadêmicos de Santa Cruz, a partir daí vim conquistando um espaço coreografando alas abertura e shows na escola. Recebi o convite do Claudio Carioca para assumir a comissão de frente do Sereno em 2006. Foi um desafio que aceitei sendo muito bem recebido pelo presidente e por toda a comunidade. Desfilávamos na Intendente Magalhães e ganhei o prêmio de melhor comissão de frente, daí por diante permaneço na escola até hoje ."

CF - E por falar em prêmios, atualmente David é o coreógrafo mais premiado do Grupo de Acesso B. Além do prêmio de 2006, ele já faturou os prêmios SAMBANET 2008, PLUMAS E PAETÊS 2010, BATERIA NOTA 10 em 2011, GENTE COMO A GENTE e JORGE LAFOND 2012.
Com tantos prêmios, os convites de outras escolas são inevitáveis... 

"Recebi muitas propostas, mas o Sereno sempre me valorizou muito e tenho um relacionamento muito bom com a direção da escola."

CF - Em 2013, o Grupo de Acesso do Rio de Janeiro passará por uma grande mudança. É a unificação dos grupos A e B, dando origem à SÉRIE A ou SÉRIE OURO como foi inicialmente anunciada. Perguntamos à David, como ele recebeu esta notícia?

"Olha, essa notícia foi recebida com muita alegria, mas no dia em que fechei contrato com uma escola do grupo A, o presidente do Sereno me ligou dizendo que houve a junção dos grupos. Tive que rever minha decisão e voltar atrás, agradecendo a outra agremiação co-irmã. Preferi ficar na minha casa!
Essa junção será uma valorização pra escolas e já estamos trabalhando muito."

 CF - A disputa entre as comissões será muito maior...

"Com certeza! Só temos feras, os amigos são muito bons. Essa semana tive uma reunião com o carnavalesco da escola, Amarildo de Mello, onde fechamos a comissão. Agora entraremos numa sessão de estudos, buscas e pesquisas com os integrantes da comissão. Já estamos trabalhando muito e esse ano teremos um desafio muito grande. Mudaremos um pouco a linha de trabalho, vamos buscar muito mais a ousadia e irreverência para mostrarmos um diferencial."

CF - E as atuais mudanças no quesito? A junção entre os grupos aproximará ainda mais o Acesso das inovações que surgem a cada ano no Especial. O que acha das inovações? O ilusionismo, os tripés, os elencos numerosos...

"A mudança é sempre pra melhor e desde que não prejudique o trabalho temos que nos adequar dentro das possibilidades. A junção trará muito mais visibilidade e as inovações que a cada ano vem surpreendendo a todos já são muito esperadas. Cada profissional vai buscar ousar ainda mais, porém não podemos fazer do quesito um show a parte, temos que saber realmente o papel da comissão de frente... Antes, as comissões tinham 15 componentes, hoje temos 30 e por aí vai... Sendo que aparentes são só os 15."

CF - Qual a sua expectativa para o enredo "NA BUSCA DA PAZ, EQUILÍBRIO E HARMONIA. BEM AVENTURADOS SEJAM OS QUE OUVEM A VOZ DE DEUS"?

"Nosso enredo para o carnaval 2013 é de fácil entendimento e leitura. Estamos apostando num desfile irreverente, forte e com muita garra. Faremos um carnaval muito bonito, digno do grupo A.
A expectativa está sendo a melhor possível, vamos passar e surpreender a Sapucaí."

CF - Temos certeza que vamos ter grandes desfiles em 2013...

"Sim, todas as agremiações estão muito empenhadas e ninguém quer voltar pra Intendente Magalhães."

CF - O seu grupo já está fechado ou ainda haverão audições?

"Ineditamente este ano, além dos bailarinos que já fazem parte do grupo, estou com uma lista de 8 componentes aguardando uma vaga, então farei uma audição com todos e selecionar os que mais estiverem aptos"

Assim como todos os coreógrafos, David Lima está se preparando um grande espetáculo na avenida em 2013. A Série Ouro proporcionará noites de muitas alegrias, emoções, surpresas e se depender das comissões... Muita criatividade!








"Quero agradecer a comunidade pela confiança e pela calorosa recepção sempre e dizer que em 2013 prometemos mais um grande espetáculo na avenida."







Sereno de Campo Grande 2012

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

MANGUEIRA 2012 pelas lentes de Valéria Del Cueto


Valéria del Cueto

 Carioca, jornalista, fotógrafa ,cineasta e gestora de carnaval. Val del cueto, caminha pelo Brasil mostrando através de suas lentes o lado mais lindo do nosso país. Sempre presente no carnaval do Rio de Janeiro, este ano acompanhou o desenvolvimento  do carnaval da Mangueira. E aqui vamos mostrar através de seus 'clicks' toda a beleza da comissão de frente verde rosa, comandada por Jayme Arôxa.
 

 







Conheça mais de Val del Cueto em:
www.facebook.com/SEM.FIM.delcueto

domingo, 16 de setembro de 2012

ARTIGO - COMISSÃO DE FRENTE: A PERFORMANCE DO SAMBA NA TERRA DA GAROA





Por Yaskara Donizeti Manzini
coreógrafa

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Performance, processo criativo, dança afro-brasileira
São Paulo tem bamba, tem samba, e muita gente boa,
Não é só garoa.
Camisa, Bexiga, na Vela, o samba ecoa,
Não é só garoa





1. A Comissão de Frente é o primeiro contingente humano a pé ou sobre rodas a adentrar na avenida, segundo o regulamento da Liga das Escolas de Samba de São Paulo,

2.  a menor ala dentro de uma Escola de 68 • Anais do IV Congresso de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas (Memória ABRACE X) Rio de Janeiro 2006

Samba, perfazendo um mínimo de seis e máximo de 15 integrantes, cuja performance vale trinta pontos para a agremiação. A ala tem por funções: saudar o público e apresentar a escola, seus integrantes podem se apresentar vestidos a rigor (forma tradicional) ou dentro da proposta do enredo.

É desta segunda maneira de se apresentar que trataremos nesta comunicação, fruto de nossa experiência, na qualidade de coreógrafa da Comissão de Frente, do Grêmio Recreativo Escola de Samba Mocidade Camisa Verde e Branco,  desde 2001.

Criar, preparar e dirigir trabalhos para esta ala durante seis anos, fez refletir sobre fatores técnicos, estéticos e culturais que induzem o processo de concepção, ensaios e apresentação da Comissão de Frente  no carnaval, considerando as  performances: “Guerreiros Mongóis” (2001), “Trevo da sorte, trevo de quatro folhas” (2002), “O Grande Dragão do Mar” (2003), “A fada nostálgica apresenta” (2004), “Formas arcaicas de comunicação” (2005) e, em processo, “O séquito de Dioniso” para o enredo de 2006, “Das vinhas ao vinho – do profanom ao sagrado, uma viagem ao mundo do prazer com o néctar dos deuses”.

Material humano: os performers

Na agremiação acima citada, a ala Comissão de Frente é composta por homens (em sua maioria afrodescendentes), na faixa etária dos 20 aos 40 anos de idade, pertencentes à comunidade e sem formação artística. Um grupo bem heterogêneo  que possui em comum o amor pelo “Camisa Verde”.

Diferente de outras alas desta Escola de Samba, o componente da Comissão tem de possuir determinadas disponibilidades e qualidades para poder entrar e/ou permanecer na ala: tempo para ensaios e apresentações, possuir acima de 1,79 m de altura, ser disciplinado, cooperativo, entrosado com a equipe e não utilizar drogas de efeito alucinógeno. Estas qualidades são indispensáveis para adquirir o respeito da comunidade na Escola, criar uma coesão entre a ala para enfrentar os ensaios e apresentação na avenida, quando o que importa é o grupo como um todo, não existindo lugar para vaidades. Adentram na frente do carro Abre-Alas os componentes que apresentam o melhor rendimento para a execução da performance na avenida, os demais, formam um outro grupo que pode vir ajudando a conduzir o carro Abre-Alas, pois conhecem a coreografia, evitando que o mesmo atropele a Comissão de Frente, ou postados atrás do Abre-Alas, também evoluindo coreograficamente, porém sem obrigatoriedade de nota como Comissão de Frente, mas como quesito de julgamento Harmonia.

Além disso, os componentes da ala representam a escola em eventos, recepcionam as escolas co-irmãs nas festas rituais (aniversário da Escola, batizado de bloco ou escola de samba, ascensão de MestreSala e Porta-Bandeira etc.), assumindo a personagem de Guardiões do Estandarte da Escola nos ritos e situações dentro ou fora da quadra.

O tratamento do espaço cênico

A pista do sambódromo paulistano possui 520 metros de extensão por 12 metros de largura. A platéia fica distribuída em camarotes e mesas, localizados na mesma altura da pista, e arquibancadas, acima da pista. Os jurados ficam estrategicamente distribuídos em torres com aproximadamente cinco metros de altura em relação ao espaço cênico.

Considerando estes fatores, os desenhos espaciais precisam configurar formas nítidas, independentemente do plano do qual são observados.

Em 2001, a Comissão de Frente adentrava na pista numa formação em fila indiana e em seguida abria um losango. Como o figurino possuía um costeiro de aproximadamente quatro metros de diâmetro, cujas pontas eram confeccionadas em pena de pavão, a abertura para o losango enchia o espaço cênico, provocando um efeito de abertura em leque e dando a impressão  de estar adentrando um exército (mongol) na avenida.

No desfile de 2002, utilizamos formas que pincelavam o enredo, quando na primeira passagem do samba, os performers estavam dentro de suas extensões corporais (cogumelos): quadrados, cruzes, xis, retângulos.

Já em 2003, a Comissão representava um dragão e cada performer perfazia um gomo dele, as evoluções eram deslizadas de um lado para outro da pista, utilizando o movimento de andar do rangô muiól (dança tradicional coreana) para dar esta impressão.

A maestria no uso do espaço instala-se na manutenção e precisão de execução das configurações desenhadas, independentemente da extensão espacial a ser percorrida nas evoluções, para puxar ou segurar o cortejo da Escola. Portanto, as locomoções podem ser paradas, adentrando no espaço rapidamente ou paulatinamente, o que nos remete ao fator tempo.

Tempo de apresentação

O tempo total da performance da Comissão de Frente na avenida depende de pelo menos dois fatores: a quantidade de componentes da Escola de Samba, e em menor grau, do tempo utilizado pelo recuo da bateria. Existindo ainda os acasos, dentre os quais podemos citar: alguma ala temática não estar postada para entrar na pista e quebra de carro alegórico, estes acasos podem fazer com que o tempo da apresentação da Comissão de Frente seja prolongado na pista.

No ano de 2001, o tempo delimitado para a performance foi de vinte e cinco minutos, porém a Escola terminou o desfile dez minutos antes do tempo máximo permitido pelo regulamento, ou seja, na linguagem do samba, a escola correu.

Desde 2002, o tempo de exibição de nossas performances oscilam entre 32 e 37 minutos, considerando um número aproximado de 3.600 componentes na agremiação.

Fantasias e extensões corporais

As fantasias aludem à característica temática que a ala representa, de acordo com a concepção do carnavalesco. Em alguns casos, há sugestão do coreógrafo, que considera as possibilidades de movimento, peso da roupa, tempo de evolução na avenida e efeitos que a fantasia pode gerar. No carnaval comemorativo aos 450 anos da Cidade de São Paulo (2004), as fantasias da Comissão aludiam aos títulos ganhos pelo Camisa Verde no carnaval, eram completamente diferentes umasdas outras. Esta heterogeneidade fez com que a coreografia fosse trabalhada com muitos desenhos no espaço e extrema precisão nos ataques musicais e execuções gestuais do grupo, para evitar poluição visual.

A extensão corporal chamada de costeiro  propõe formas diferentes de olhar e tratar o corpo e gestual do performer pelo coreógrafo, pois as costas do componente, visualmente, assumem o tamanho do costeiro que usará, além do peso para evoluções na avenida. Normalmente, o costeiro possui uma armação em ferro ou metal que se encaixa aos ombros e pouco acima da cintura, é amarrado por cordões para não oscilar no corpo durante as evoluções, por trás deste encaixe, existe um trabalho de decoração, cujo material pode variar de isopor a madeira, costuma levar pena de pavão, faisão etc. em sua terminação.

O peso deste tipo de extensão corporal é proporcional ao seu tamanho, não permitindo grande movimentação do tronco e braços, levando o coreógrafo a enfatizar desenhos espaciais através de locomoções do grupo, em detrimento da expressividade corporal dos componentes. Tal tática foi utilizada na performance de 2001 (Guerreiros Mongóis), cujo costeiro pesava 35 quilos, e 2003 (O Grande Dragão do Mar), que, além do costeiro, mais leve e sem plumas, possuía outra extensão corporal encaixada em cada mão, da qual saía um leque com penas de pavão, pesando sete quilos cada leque.

Enredo

O enredo, temática da ala, pode sugerir a performance de maneira bem específica, sem remeter ao enredo como um todo na escola. No ano de 2006, a Comissão de Frente apresenta “o séquito de Dioniso”, doze rapazes vêm representando sátiros e a coreógrafa uma mênade, além disso é usado um cenário móvel, quatro árvores, que, ao serem Anais do IV Congresso de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas (Memória ABRACE X) Rio de Janeiro 2006 • 69 manipuladas, sugerem espaços da floresta – morada dos sátiros. Dois verbos embasam os movimentos da performance: saltar e jorrar. Também é dada ênfase nos pés dos  performers, que evoluem sempre na ponta dos pés, com joelhos fletidos, transformando o andar humano em animal.

Narrativa sonora

O samba-enredo narra o desfile da Escola, por vezes suas frases podem sugerir evoluções dentro da coreografia da Comissão de Frente. Descrevo parte de anotações pertencentes ao caderno de notas coreográficas de “Trevo da sorte, trevo de quatro folhas”, performance apresentada em 2002:
... da cruz iríamos “de lá pra cá” como o samba dizia, num movimento de zigue zague, como o caminhar de um bêbado, um desencontro que terminaria numa fila indiana. Desta fila indiana, os cogumelos abririam e os duendes sairiam de dentro de suas casas, para brincar com o público.

Esta abertura aconteceria no começo da cabeça do samba, para que no momento da palavra “campeão”, os duendes pudessem vibrar. Em “vem, vem ver amor”, eles expressariam, por mímica, gestos que traduziriam literalmente a música, daí atravessariam a avenida para o lado oposto de seu cogumelo, cumprimentando as arquibancadas, com um gingado e giro terminando num gesto que era o do Mestre de Bateria – ele colocava a mão no ouvido e a outra ficava esticada – em homenagem ao coração da escola, no momento da letra: “a bateria sacudiu, quem não ouviu?”, e convidariam o público a dançar.

Nosso trabalho junto a Comissão de Frente do G.R.E.S.M. Camisa Verde e Branco, até o presente momento,  tem obtido nota máxima para o quesito. A performance da Comissão de Frente não fica limitada ao desfile na avenida, os rituais em quadra oferecem farto material a ser pesquisado.

Notas

1.  Maurílio de Oliveira e Chapinha. Quinteto em Branco e Preto, Encarte, Sentimento Popular, São Paulo, jan., 2003.

2.  Critérios de Julgamento dos quesitos para o desfile das Escolas de Samba de São Paulo 2004, p.7. Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo. SP: 2004.

3.  Escola fundada em 4 de setembro de 1953, situada na Rua James Holland, 663, no bairro da Barra Funda, antigo reduto do samba paulistano.

4.  No ano de 2006 a ala compreendeu 19 integrantes de variadas profissões: garçom, carteiro, mecânico de automóveis, montador de móveis, atendente em empresa de telefonia, consultor de qualidade, encarregado de almoxarifado, auxiliar administrativo, trainée em administração, assistente de RH, assistente de logística, gráfico, chefe de segurança, funcionário público, gerente-geral de transportadora, arquiteto de interiores, publicitário, analistas de sistema, analista sênior de produto. Dos dezenove, um é estudante de pós-graduação (MBA) em administração executiva, um é graduado em comunicação social, nove cursam graduação, sete possuem segundo grau completo e um termina o ensino fundamental.

5.  Os ensaios são dividos em:

• Ensaios para avenida – entre 35 e 45 ensaios com duração de três a cinco horas cada ensaio, que se subdividem em: ensaios visando à criação da performance, ensaios visando o uso do espaço pela ala (podem acontecer na rua ou no sambódromo), ensaios visando à qualidade da execução dos movimentos e homogeneidade do grupo (chamado de “limpeza”).

• Ensaios técnicos – realizados no sambódromo com a presença das principais alas e componentes: compositores, bateria, mestre-sala e porta-bandeira, harmonias, baianas, passistas, alas de passo marcado etc. Uma espécie de ensaio geral, aberto ao público.

• Ensaios em quadra – quando os componentes podem “brincar” o carnaval, e quando possível, participam dos rituais da corte da Escola.

6.  No ensaio técnico de 21 de janeiro de 2006, os três pavilhões da Escola estavam postados no lado esquerdo da concentração no Sambódromo, um caminhão de som voltava pela pista pelo mesmo lado, automaticamente os rapazes postaram-se à frente dos pavilhões protegendo-os, e fazendo com que o caminhão desviasse deles.

7.  O tempo de apresentação da Comissão de Frente, bem como da Escola como um todo, é definido pelo Presidente de Harmonia junto a Presidente da Escola.

8.  No Rio de Janeiro, costuma-se chamar de esplendor, no Norte e Nordeste: costado.

9.  Este artigo foi escrito às vésperas do desfile do Carnaval 2006, quando os componentes apresentarão a performance “O séquito de Dioniso” em 25 de fevereiro, às 4:30 horas. O resultado e notas do desfile serão divulgados em 27 de fevereiro de 2006.

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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

ARTIGO - Jaime Arôxa é o novo coreógrafo da comissão de frente da Mocidade Independente

GALERIA DO SAMBA - Por Fábio Silva

A Mocidade Independente de Padre Miguel anunciou esta semana o nome do seu novo coreógrafo da comissão de frente: Jaime Arôxa (foto).

Jaime que deixou a Mangueira depois de três carnavais assume a vaga deixada pelo coreógrafo Renato Vieira, que foi dispensado da escola no inicio deste mês.

No Carnaval 2013, a Mocidade vai falar sobre o Rock in Rio com o enredo "Eu vou de Mocidade, com Samba e Rock in Rio - Por um Mundo Melhor", do carnavalesco Alexandre Louzada.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A comissão de frente da Unidos da Tijuca e a mídia

Eles escreveram uma página importante na história o carnaval. Criticados pelos mais tradicionais, amados pelo grande público e jurados, o grupo comandado por Rodrigo Negri e Priscila Mota foi responsável pela mais recente reviravolta nas comissões de frente, atraindo inegavelmente a atenção da mídia para um quesito que muitas vezes foi coadjuvante nos desfiles.

Todos os anos, o período pré carnavalesco é recheado de especulações e em 2010 as atenções estavam voltadas para os enormes abre alas que cruzariam a avenida. Então, a Unidos Tijuca chega à pista de desfiles repleta de segredos, começando pela sensacional comissão de frente que arrebatou todos os prêmios e conquistou um lugar definitivo na já tão rica história do carnaval brasileiro.

Desde então, o grupo não pára de fazer shows pelo Brasil com suas criações e se tornou presença frequente em diversos programas de televisão, rompendo definitivamente as barreiras da Marquês de Sapucaí.


sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Beija Flor 2013 - Seleção de elenco para comissão de frente



Seleção de atores bailarinos para Comissão de Frente Beija-Flor 2013
​​​VALIDADE ATÉ:  30/09/2012
​​
G.R.E. BEIJA FLOR DE NILÓPOLIS
DIRETORIA ARTISTICA DA COMISSÃO DE FRENTE
                 NILÓPOLIS/RJ
EDITAL Nº 01/2012

NOME EDITAL: Seleção de atores bailarinos

Buscando perfil : Atores / Bailarinos
• Com experiência em arte cênica, bale contemporâneo e sapateado
• Sexos Masculino e Feminino
• Pele parda, acastanhada e negra.
• Altos
• Fortes
• Magros
• Idade 20 a 30 anos
• Aparência rústica
• Com e sem barba
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APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA

A proposta deverá ser apresentada por meio físico, através de envelope lacrado e identificado, enviada pelos Correios constando  uma via impressa do currículo/portfólio do candidato e fotos de corpo e rosto, acompanhado de arquivo gravado em CD do currículo/portfólio do candidato.

SELEÇÃO DA PROPOSTA
A pré-seleção da proposta será realizada mediante avaliação. E após execução desta etapa, entraremos em contato para marcar audição presencial.

A Proposta impresa dos candidatos, deverá conter:

a) Nome completo
b) Idade
c) Altura
d) Cor de pele
e) Cor de cabelo e tipo
f) Se possui disponibilidade para mudar a aparência
g) Endereço
h) Telefone
i) E-mail
j) Disponibilidade para ensaios diários. ( horários a definir ).
Obs.: Os ensaios acontecerão em Nilópolis e no Sambodromo.

O tempo do trabalho é o período de outubro de 2012 a fevereiro de 2013, referentes a ensaios e a 02 apresentações, 01 no desfile oficial e 01 no desfile das campeãs da LIESA/RJ, caso a Escola esteja entre as 05 primeiras.


Para baixar o edital:
http://pt.scribd.com/doc/105240692/beijaflor-edital

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Leandro de Itaquera abre vagas para comissão de frente


SRZD CARNAVAL

Terceira colocada do grupo de acesso da folia paulistana de 2012, a tradicional Leandro de Itaquera anuncia mais uma novidade.

Pensando já em seu próximo desfile, a vermelho e branco da zona leste que levará para o sambódromo do Anhembi o enredo "O leão guerreiro mostra sua força! É a garra e a bravura do negro, no quilombo Leandro de Itaquera" abre vagas para a sua comissão de frente.

Para compor o elenco dirigido por Kelson Barros , não é necessário ter desfilado em outra agremiação ou experiência em dança. O requisito obrigatório é ter força de vontade, disposição e comprometimento com o projeto que exigirá disponibilidade para participação de ensaios noturnos em dias de semana.

A audição ocorrerá no domingo, dia 23 de setembro às 15h na sede da agremiação, localizada na Rua Ademir Roldan, 82 em Itaquera.

No próximo ano, a escola comandada por Leandro Alves Martins será a quinta a se apresentar pelo grupo de acesso no domingo, dia 10 de fevereiro.

ARTIGO - Priscilla Mota promete comissão de frente nível 'Segredo'


SRZD CARNAVAL - Por Gabriel Matturo

Cada vez que o Carnaval se aproxima, as pessoas perguntam "qual será a novidade da comissão de frente da Unidos da Tijuca?". Já vimos trocas de roupas no meio da Sapucaí até cabeças sendo "perdidas". Em busca de respostas, o SRZD-Carnaval foi atrás da coreógrafa da comissão de frente, Priscilla Mota, que junto com seu marido, Rodrigo Negri, comanda o setor mais intrigante da escola.

"Os torcedores podem esperar dois coreógrafos muito empenhados para colocar a Tijuca em um grande desfile. Nosso objetivo é ter o sucesso a nível 'Segredo' para o ano que vem. Algo inovador, uma surpresa, que é a nossa marca", comentou, lembrando do Carnaval de 2010.


Ao citar o enredo para o Carnaval 2013 "Desceu num raio, é trovoada. O deus Thor pede passagem para mostrar nessa viagem a Alemanha encantada" que está sendo desenvolvido pelo carnavalesco Paulo Barros, Priscila não poupou elogios ao criador da ideia e diz que o trabalho da comissão de frente já está em andamento.

"O Paulo é um grande carnavalesco, ele sabe gerenciar esse tema e acho que esse ano temos um material muito bacana para trabalhar. Com toda certeza faremos um desfile épico na Sapucaí", afirmou.

"Já temos surpresas. Estamos desenvolvendo isso desde que acabou o último Carnaval. Nossas ideias já estão prontas desde lá e o ensaios começaram quando o enredo foi escolhido. Sempre acontece essa espera pelo tema para podermos desenvolver o setor", contou.

Finalizando a conversa, Priscilla contou que sabe da responsabilidade de manter o alto nível da comissão de frente e entende a expectativa dos torcedores e da escola.

"A responsabilidade é grande porque sabemos da expectativa dos torcedores e da escola em mais um grande desfile. Essa responsabilidade é proporcional ao apoio que recebemos. Nossa comissão de frente é totalmente apoiada, desde o presidente até o porteiro da quadra da escola. O segredo é ter essa equipe excelente de bailarinos e uma outra equipe muito competente de criação. Isso tudo facilita o nosso trabalho", finalizou.

A Unidos da Tijuca será a terceira escola a passar na Passarela do Samba no domingo de Carnaval.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

ARTIGO - Ex-coreógrafo da Mocidade reclama de baixo orçamento no último Carnaval

CARNAVALESCO - Por Guilherme Alves

 O coreógrafo Renato Vieira não faz mais parte do time da Mocidade Independente para o Carnaval de 2013. Em reunião no barracão da agremiação, na última segunda-feira, na Cidade do Samba, Renato foi dispensado do cargo de coreógrafo da comissão de frente da Verde e Branco, com a justificativa que a escola queria apostar em outro estilo no próximo carnaval.

- Não houve nenhuma briga e nem desentendimentos. Eles apenas definiram um outro perfil para a comissão de frente da escola no ano que vem. Agora estou livre para novas propostas, se ainda tiver um espaço para o meu trabalho em alguma escola para o Carnaval 2013.

Antes de assumir o trabalho na Mocidade, no último carnaval, Renato foi por dez anos responsável pela comissão de frente da Grande Rio e sentiu uma grande diferença, principalmente, em termos financeiros, na escola de Padre Miguel.
- Fiz várias propostas para direção da Mocidade no último carnaval, mas como tinha um problema de orçamento na escola, acabei realizando a ideia vinda deles. É muito difícil fazer carnaval com baixo orçamento, mas foi uma escola que me recebeu muito e bem e só tenho que agradecer a esse período.

ARTIGO - 'Quarta-feira de cinzas é sempre uma surpresa', diz Marcelo Misailidis

SRZD CARNAVAL - Por Gabriel Matturo

Iniciando o processo de desenvolvimento da comissão de frente, o coreógrafo da Unidos de Vila Isabel, Marcelo Misailidis, conversou com o SRZD-Carnaval sobre esse início de trabalho, o que os torcedores da azul e branco podem esperar desse setor e como ele vê o Carnaval.

"Todos podem esperar muito empenho. A gente nunca tem certeza como vai acontecer. Espetáculo é assim mesmo, você só sabe o resultado depois que estreia. A escola está empolgada com o enredo e embalada com o resultado do Carnaval de 2012. A Vila está nessa trilha de se empenhar em fazer grandes Carnavais", disse.

"Nós estamos em fase de desenvolvimento, ainda estamos em pesquisas. Não sabemos como será o resultado final do trabalho. Tudo está na fase embrionária. Sabemos que o Carnaval é uma atração para o público e para os jurados é um trabalho. O resultado da opinião pública, que é o espetáculo, e para o jurados, que é a parte profissional não andam juntas, por isso a quarta-feira de cinzas é sempre uma surpresa", completou.

Marcelo, que levou a comissão de frente da Vila Isabel a ganhar vários prêmios de Carnaval, além de fazer os 30 pontos, pontuação máxima, pelos jurados, sabe da responsabilidade que é manter o alto nível para o desfile que se aproxima.

"A responsabilidade está sempre ancorada numa teia de profissionais que trabalham juntos. A comissão de frente se junta a escola inteira. Se a agremiação toda vai bem, a comissão de frente também vai bem. Eu não vejo que o Carnaval deve ser uma coisa setorizada onde só interessa o resultado", finalizou.

A Unidos de Vila Isabel será a última escola a desfilar na segunda-feira de Carnaval, fechando os desfiles do Grupo Especial. Ela levará para a Passarela do Samba o enredo "A Vila canta o Brasil celeiro do mundo - 'Água no feijão que chegou mais um... '".